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Varejo cresce menos do que o esperado em abril; vendas de Páscoa surpreendem joao.santos@estadao.com

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As vendas do comércio varejista brasileiro cresceram 0,1% em abril, em relação ao mês anterior. É o segundo mês consecutivo de alta, segundo divulgado nesta quarta-feira, 14/06, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, que aguardava uma alta de 0,2%. Em relação a abril do ano passado, o varejo subiu 0,5%. No acumulado de 2023, o crescimento é de 1,9%.

O avanço do comércio em abril foi acompanhado por três das oito atividades pesquisadas pelo IBGE. O maior impacto positivo veio do setor de Hiper e supermercados que avançou 3,2%. (veja os destaques abaixo)

O economista da XP, Rodolfo Margato, explica que o avanço nessa atividade reflete a maior disponibilidade de renda às famílias e o significativo alívio na inflação de alimentos.

“A expansão da massa de renda sustenta o consumo no curto prazo. A resiliência do mercado de trabalho, o aumento das transferências de renda do governo e a queda da inflação, especialmente em alimentos e bens industriais, permitem uma desaceleração suave dos gastos pessoais este ano”.

Por outro lado, as condições de crédito apertadas e o alto endividamento dos brasileiros continuam a pesar sobre as vendas varejistas. “O que explica os sinais mistos entre as atividades acompanhadas na pesquisa”.

EVOLUÇÃO DAS VENDAS DO VAREJO (MÊS A MÊS)

Fonte: IBGE

Alta nas vendas de Páscoa puxam setor de supermercados

O setor de Hiper e supermercados – que tem o principal peso no varejo – registrou em abril o maior crescimento das em vendas desde março de 2020.

Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado forte da Páscoa explica essa melhora na atividade que voltou ao seu padrão de vendas.

“Antes da pandemia, os resultados das vendas da Páscoa no varejo apareciam sobretudo em abril. Nos anos subsequentes, os ovos começaram a ser vendidos muito antes, em janeiro, e essas vendas eram diluídas ao longo desses meses. Neste ano, houve uma volta ao padrão”.

Os grupos de Livros, jornais, revistas e papelaria (1%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%) também ficaram no azul no quarto mês de 2023.

+ Vendas no varejo: entenda o dado e quem ele influencia na B3

Atividades em queda

Os dois grupos pesquisados pelo IBGE que mais impactaram de forma negativa no índice foram Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-3,7%).

A primeira atividade tem sofrido muito com as instabilidades da cotação do dólar. Tanto que despencou em abril, após crescer 6,3% no mês anterior e ter desacelerado em fevereiro (-9,7%). Esse grupo ainda está 17,8% abaixo do patamar pré-pandemia.

Já as vendas do setor de vestuário e calçados permanecem em uma trajetória de queda desde setembro do ano passado. A única exceção foi em janeiro, quando o grupo cresceu 27,3% por conta das promoções, após as vendas fracas no Natal e na Black Friday.

O pesquisador do IBGE explica que esse setor segue impactado por uma mudança de comportamento que veio durante a pandemia.

“Com o menor deslocamento das pessoas, houve menos necessidade de consumir produtos dessa natureza, como roupas e calçados. Essa mudança no consumo impactou as grandes redes, que têm fechado lojas nesse período em todo o país”.

O grupo também não recuperou o patamar pré-pandemia, ficando 22,1% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020.

As outras atividades que ficaram no campo negativo foram: Combustíveis e lubrificantes (-1,9%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,5%).

Varejo ampliado

No varejo ampliado o volume de vendas teve retração de 1,6% na comparação com março. As vendas de veículos e motos, partes e peças despencaram 5,9% e as de material de construção caíram 0,8%.

Na contramão ficou o Atacarejo que cresceu forte: 14,5% em abril de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado.

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