Expectativas de inflação voltam a cair e projeções para o PIB avançam, aponta Focus joao.santos@estadao.com

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Em uma semana decisiva para descobrir os rumos da taxa básica de juros e da inflação, o boletim Focus do Banco Central trouxe nesta segunda-feira, 26/06, uma nova redução das expectativas de inflação do mercado.

Pelo lado da Selic, na terça-feira, 27/06, o BC divulga a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a Selic em 13,75% ao ano e não indicou quando os juros devem começar a cair, o que frustrou os analistas. Tem também a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira, 28/06, que deve decidir ajustes na meta de inflação.

O economista-chefe do banco Master, Paulo Gala, explica que a reunião do CMN deve definir se a meta de inflação para 2025 e 2026 será mantida em 3%. Segundo Gala, também pode haver mudanças nos cálculos.

“Há dúvidas se vai ter mudanças na definição das metas, saindo do ano calendário que a gente tem hoje, para uma janela móvel de 12 meses ou 24 meses adiante”.

Votam no Conselho Monetário Nacional os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do Planejamento, Simone Tebet, além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

“Na quinta-feira tem também o relatório trimestral de inflação, que traz a visão atualizada do Banco Central sobre a conjuntura macroeconômica – tanto previsões de crescimento, quanto de inflação. São dias fundamentais para a política econômica e para entender os próximos passos de Selic”, conclui Paulo Gala.

Nova queda nas expectativas de inflação

Enquanto a importante agenda da semana não chega, os agentes econômicos apontam para a sexta redução consecutiva nas expectativas de inflação neste ano, de 5,12% para 5,06%, segundo o Focus.

Mesmo com mais uma desaceleração, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) segue bem acima do teto da meta definida pelo CMN, de 4,75%. A meta é 3,25%.

A nova queda na projeção de inflação acontece após o IPCA de maio ficar em 0,23% e em 12 meses marcar 3,94%, segundo divulgou no início do mês o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Importante lembrar que na quarta-feira, 28/06, o IBGE publica a prévia da inflação (IPCA-15) de junho.

Para 2024, a projeção do mercado financeiro para o IPCA caiu de 4% para 3,98%. Para 2025, permaneceu em 3,80%. Mais do que a desaceleração das expectativas de inflação neste ano, o Copom está de olho na redução do IPCA em prazos mais longos.

Apesar das estimativas estarem abaixo de 4%, elas seguem superiores à meta do BC, que é de 3% para os dois anos. Ela será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.

O Focus é publicado às segundas-feiras. Foram ouvidas pelo Banco Central mais de 100 instituições financeiras até o fim da semana passada. O relatório é essencial para o investidor corrigir ou confirmar estratégias.

Projeções para o PIB voltam a avançar

Os economistas do mercado financeiro voltaram a elevar as estimativas para o crescimento da economia brasileira em 2023. Pelas projeções, o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar para 2,18%, ante 2,14% na semana anterior.

A melhora na perspectiva para a atividade econômica acontece após o forte avanço de 1,9% no PIB brasileiro. O resultado foi puxado pela agropecuária, que avançou 21,6% no período: a maior alta desde o quarto trimestre de 1996.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país num determinado período.

Para 2024, a previsão de crescimento do mercado financeiro subiu de 1,20% para 1,22%. Para 2025, avançou 1,80% para 1,83%.

Expectativas para a Selic são mantidas

A percepção de melhora no ambiente econômico se soma às projeções mais otimistas de redução dos juros nos próximos três anos, segundo os economistas ouvidos pelo Focus.

Os analistas mantiveram a expectativa para a Selic no fim de 2023 em 12,25% ao ano. Diante dessa projeção, a redução da taxa básica de juros até dezembro deve seguir o seguinte calendário, segundo o Focus:

1º e 2/08: 13,50% ao ano (-0,25 p.p.)

19 e 20/09: 13,25% ao ano (-0,25 p.p.

31/10 e 1º/11: 12,75% ao ano (-0,5 p.p.)

12 e 13/12: 12,25% ao ano (-0,25 p.p.)

Para o fim de 2024, a estimativa ficou estável em 9,5% ao ano; e em 9% em 2025.

Dólar

A estimativa para a moeda americana no fim de 2023 ficou estável em R$ 5. Para o fim de 2024, seguiu em R$ 5,10 entre uma semana e outra.

Para 2025, foi de R$ 5,18 para R$ 5,15.

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