Mais uma vez o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, manteve a taxa Selic em 13,75%. Porém, deu sinais que pode começar a diminuí-la nos próximos meses. A Selic serve como base para as outras taxas de juros no país e também impacta o comportamento da inflação e o retorno dos investimentos. Mas será que ela interfere também na compra de imóveis?
Segundo os especialistas, a resposta para a pergunta é: sim! Contudo, essa ligação não é direta, mas ocorre por correlações e consequências. Segundo Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, quando a taxa Selic está em queda, os juros tendem a diminuir, o que pode tornar o financiamento de imóveis mais atrativo, pois as parcelas mensais tendem a ser menores.
“Por outro lado, a queda da taxa Selic também pode reduzir a rentabilidade de investimentos em renda fixa, como títulos públicos, levando alguns investidores a buscar alternativas, como investir em imóveis para obter uma melhor rentabilidade”, afirma ele.
Já Ricardo Schweitzer, CEO da consultoria Ricardo Schweitzer, explica que a relação não é direta porque a Selic é uma taxa de curto prazo, ao passo que o valor de um imóvel depende de outros fatores, como o comportamento da inflação (índices de reajustes dos aluguéis) e os juros de longo prazo (que trazem a valor presente esses pagamentos).
“A relação indireta existente é em função do impacto das decisões de política monetária de curto prazo nestes juros de longo prazo: uma combinação de políticas monetária e fiscal críveis deveria contribuir para que os juros longos fossem mais baixos – o que impacta positivamente no valor dos imóveis”, diz.
Por que estar atento à Selic na hora de escolher de financiamento um imóvel?
Para Ricardo Teixeira, professor dos MBAs da FGV, a decisão da compra do imóvel geralmente é de longo prazo e é importante olhar para a Selic já que nos momentos em que as taxas de juros estão mais baixas, a atratividade da compra se torna maior. Isso porque em cenários assim o crédito torna-se mais acessível e as parcelas mensais de um financiamento menores.
Já nos momentos em que elas estão mais elevadas, essa atratividade se reduz. Isso significa que, se você optar por um financiamento durante um período em que a Selic está alta, você provavelmente pagará mais juros ao longo do prazo do empréstimo.
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É importante lembrar ainda que a taxa Selic pode variar ao longo do tempo, de acordo com as políticas monetárias do Banco Central e as condições econômicas do país. Por isso, é preciso sempre acompanhar as notícias e atualizações sobre a taxa antes de tomar uma decisão de financiamento imobiliário, pois isso pode impactar diretamente no custo total do empréstimo e nas suas condições de pagamento.
Atual cenário para financiamento de imóveis
No atual cenário da política monetária brasileira, a Selic segue no seu maior patamar da história, aos 13,75%. Mas o Copom dá indícios de que esse movimento pode mudar. Como vimos, a taxa básica de juros interfere nos juros de financiamento, portanto, o momento ainda é de um contexto desfavorável para o financiamento de imóveis, de acordo com Gonçalvez .
“A perspectiva de cortes na taxa Selic pode sinalizar uma redução futura dos juros nos financiamentos, o que pode tornar o financiamento mais atrativo no médio prazo. No entanto, mesmo com essa expectativa, a taxa Selic ainda se encontra em um patamar elevado, o que pode encarecer o custo do financiamento”, ressalta o CEO da Box Asset Management.
Por outro lado, Schweitzer acredita um ambiente macroeconômico mais tranquilo e confiável com a aprovação do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária também pode colaborar com a queda dos juros de longo prazo que afetam os financiamentos de imóveis.
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