A diversificação é um dos pilares mais importantes para a construção de uma carteira de investimentos resiliente, e os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) cumprem um papel estratégico nesse sentido. Esse, inclusive, foi tema de debate no estande da B3 na Expert XP, nesta sexta-feira, 25.
“Quando pensamos em diversificação, temos que montar uma carteira que nos proteja em situações que não estão sob nosso controle. A internacionalização é uma forma de fazer essa proteção, e que todo investidor deve ter”, destacou o influenciador e educador financeiro Gabriel Navarro durante o painel.
De acordo com João Ricardo Morbim, Superintendente de Relacionamento Comercial e BDR da B3, com esses ativos o investidor consegue expor parte do seu portfólio a teses internacionais, sem precisar abrir conta no exterior, fazer remessas internacionais ou lidar com regulações estrangeiras.
“Isso permite diluir riscos, como o risco Brasil, câmbio e concentração setorial, ao mesmo tempo em que amplia as oportunidades de crescimento ao investir em empresas que lideram setores globais, como tecnologia, saúde, energia e consumo”, afirmou ele.
Além disso, Morbim aponta que os BDRs permitem acessar moedas fortes indiretamente, como o dólar e o euro, protegendo o patrimônio da volatilidade local. Essa exposição internacional antes estava restrita a investidores qualificados ou com maior apetite por burocracia.
BDRs como democratização
Outro benefício dos BDRs é a democratização, já que eles permitem o acesso a empresas de outros países, o que permite que qualquer investidor com conta em corretora possa investir em empresas como Apple, Amazon, Coca-Cola ou Tesla. Isso com custos menores e simplicidade operacional.
“Com BDRs não há a necessidade de passar por toda burocracia para investir em empresas de fora do Brasil”, destacou o Superintendente da B3.
Cuidados ao investir
Embora os BDRs tragam benefícios, é importante que o investidor tenha atenção a alguns pontos antes de incluir esses ativos na carteira. O primeiro é entender o perfil da empresa emissora. Para isso, é importante saber seu setor, modelo de negócios, fundamentos e histórico de desempenho. Outro ponto é analisar o nível de liquidez do BDR, já que alguns têm maior volume diário de negociação, o que facilita compra e venda do papel, enquanto outros ainda são mais restritos (embora todos sejam listados com critérios técnicos que asseguram qualidade e governança mínima).
Por fim, como qualquer investimento, é necessário verificar se o BDR faz sentido para a estratégia do investidor, considerando seu horizonte de tempo, objetivos e tolerância ao risco.
“É importante ter uma visão do percentual da alocação, sem pesar muito em apenas um setor. Assim, diversificar os BDRs também é essencial, sempre dentro do seu perfil de investidor”, alerta Gabriel Navarro.
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