Nesta quarta-feira (17), acontecerá uma das reuniões mais aguardadas do Federal Reserve (Fed), onde será anunciada a decisão de política monetária dos Estados Unidos. Atualmente, a taxa de juros está no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano, mas o mercado dá como certa a queda de, ao menos, 0,25 ponto percentual.
A mudança de rumo na política monetária dos Estados Unidos impacta nos principais mercados do mundo. A queda de juros, ainda mais se vier com sinalização de novos cortes no futuro próximo, tende a aumentar o apetite dos investidores ao risco e, portanto, favorecer os ativos de renda variável.
Desta forma, a pergunta que fica é como a decisão de quarta-feira impacta o mercado e o que os investidores devem fazer com suas carteiras?
Cenário de queda de juros
Para Elaine Borges, professora doutora de Finanças da USP, a queda da taxa de juros deve ser confirmada e impactar positivamente os ativos de risco. “Isso indica possível retomada de crescimento americano, o que pode valorizar ativos americanos como ações ou ETFs. Aliada à valorização do real frente ao dólar, essa se torna uma boa estratégia de investimento, ativos internacionais americanos”, diz.
Quando as taxas de juros caem, as oportunidades de ganhos com ativos de baixo risco, como títulos do governo, diminuem. Por outro lado, com juros mais baixos, os investidores tendem a buscar alternativas que ofereçam retornos mais altos. Isso leva a uma maior demanda por ativos de risco, que podem oferecer retornos potencialmente maiores em comparação com os investimentos de renda fixa.
Paulo Feldmann, professor da FIA Business School, também acredita em um corte de juros na quarta-feira, sobretudo pelo temor com o crescimento do desemprego nos Estados Unidos. Apesar disso, ele entende que uma queda de 0,25 ponto percentual não deve causar uma mudança significativa. “Eu não acredito que o investidor brasileiro vá mudar a sua carteira por conta de alguma decisão no Fed nesses próximos dias. Isso porque as mudanças do Fed hoje podem não ser permanentes e podem mudar novamente no curto prazo”, afirma.
Para Feldmann, a tentativa do presidente norte-americano, Donald Trump, de demitir a diretora do Fed, Lisa Cook, cria imprevisibilidade quanto às decisões do banco central dos EUA. “O fato de o Fed tomar uma decisão hoje não significa que ele não possa mudar logo depois”, explica.
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Cenário de manutenção
Apesar de menos provável, não é possível descartar totalmente que o Fed decida por manter a taxa de juros no patamar atual, no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. Nesse caso, a professora Elaine Borges entende que a estratégia deve ser mantida, pois “a expectativa se mantém e a redução estará sendo apenas adiada”.
Isso porque a perspectiva é de uma queda gradual dos juros, com algumas análises prevendo quatro cortes seguidos. “O ideal é que o investidor esteja sempre atento aos principais acontecimentos macroeconômicos do Brasil e do mundo e ajuste sua estratégia de investimentos de acordo com as perspectivas, de preferência antes dos fatos”, conclui Elaine.
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