A partir de 2026, quem recebe até R$ 5 mil por mês não vai mais pagar Imposto de Renda. A mudança, sancionada em novembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, traz alívio para milhões de brasileiros, que terão mais dinheiro disponível no dia a dia. Para quem ganha até R$ 7.350, também haverá desconto no imposto, reduzindo o peso do imposto no orçamento familiar.
Com o novo teto, cerca de 10 milhões de trabalhadores passam a ter isenção. Em alguns casos, a economia anual pode ultrapassar R$ 4 mil, praticamente um salário extra no ano.
Essa economia pode ser uma oportunidade para quem quer começar a investir, mas termina o mês com o orçamento curto. “Quando falamos da economia gerada pela correção da tabela do Imposto de Renda, normalmente estamos lidando com valores modestos, porém recorrentes – e isso é muito útil para criar disciplina financeira”, diz Marcos Piellusch, professor da FIA Business School.
Para Piellusch, esse valor também pode contribuir para a construção de uma reserva de emergência para cobrir despesas inesperadas ou situações de estresse financeiro, como a perda de emprego, problemas de saúde, reparos urgentes na casa ou no carro.
“A forma mais eficaz de aproveitar esse dinheiro extra é transformar esse valor em um compromisso mensal, e não em algo que será investido ‘se sobrar’. A contribuição para a reserva de emergência deve ser tratada como uma conta fixa, exatamente como água, luz ou aluguel”, completa.
A pedido do Bora Investir, o professor calculou quanto os trabalhadores podem acumular em um e em cinco anos, caso optem por investir esse valor extra todo mês. Para o cálculo, foi considerado o CDI, indicador essencial no mercado financeiro, pois serve como base para a rentabilidade de diversos investimentos de renda fixa e que está, atualmente, em 14,9%.
Veja quanto é possível acumular com a isenção do IR
Onde investir o valor extra
A definição de onde investir essa renda extra vai depender, é claro, do perfil de cada um. De acordo com Piellusch, para o investidor que ainda está formando a base da sua vida financeira, as melhores opções são os produtos de renda fixa de baixo risco e alta liquidez, como Tesouro Selic, CDBs de liquidez diária, fundos DI e contas remuneradas atreladas ao CDI. “Eles oferecem segurança, permitem resgates imediatos e fazem o dinheiro render de forma consistente”, afirma.
Já para os trabalhadores que estão estruturados financeiramente e contam com uma reserva de emergência, ele sugere que essa economia seja usada para construir uma carteira voltada para renda passiva, sobretudo com ações que pagam dividendos. “Empresas maduras e consistentes na distribuição de dividendos tendem a oferecer previsibilidade maior de fluxo de caixa aos acionistas, além de apresentarem, em muitos casos, volatilidade menor do que ações de crescimento. Aporte recorrente, mesmo com valores pequenos, acelera a formação dessa renda futura”, finaliza Piellusch.
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