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Agronegócio segue resiliente, mas investimento em Fiagro demanda cuidados. Entenda Daniela Frabasile

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As turbulências recentes em alguns Fiagros acenderam o alerta entre investidores – especialmente aqueles que não conheciam a fundo o agronegócio. Mas para gestores que atuam no setor, casos pontuais de recuperação judicial ou inadimplência não significam que haja uma crise sistêmica. Segundo os especialistas, volatilidade é algo comum em um mercado que lida diretamente com commodities. Para eles, o agro segue sólido, resiliente e com potencial de continuar crescendo com o apoio do mercado de capitais.

Octaciano Neto, da Zera.ag, Paulo Mesquita, da Riza Asset, Gustavo Gomes, da XP Asset, e Fabio Mazzo, da XP, discutiram o tema durante a Expert XP 2025, neste sábado (26).

Não há crise sistêmica no agronegócio

Os especialistas foram unânimes ao afirmar que o setor não vive uma crise. “Acho que a gente não tem crise no agro, não tivemos e não vamos ter. Não faz sentido falar em crise no setor mais resiliente no mercado nacional”, afirmou Octaciano Neto, da Zera.ag. Para ele, a volatilidade nos preços das commodities é uma característica natural do mercado, e não um sinal de crise. O problema, segundo ele, está no excesso de alavancagem de algumas empresas, não em falhas estruturais do setor.

Gustavo Gomes, da XP Asset, reforçou o ponto: “Passamos por um superciclo de margem, na pandemia. Depois teve uma reacomodação, mas commodity varia. Não é uma crise sistêmica”. O gestor lembrou que o agro está há pouco tempo no mercado de capitais, o que faz com que ruídos pontuais sejam amplificados. “Algumas notícias levaram o investidor a achar que havia uma crise sistêmica, mas que não acontece.”

Para Paulo Mesquita, da Riza Asset, os casos de recuperação judicial devem ser analisados com cuidado. “Quebradeira generalizada não existe. Tivemos algumas recuperações judiciais em algumas empresas, mas a inadimplência é muito menor do que a das diversas carteiras de crédito que os bancos têm”, disse. Ele destacou que, nos últimos meses, voltaram a ocorrer transações bilionárias no setor, o que sinaliza normalização. “Não é o setor que está com problemas, mas algumas empresas que tiveram problemas. Um problema muito maior e que afeta todos os setores da economia do Brasil é o juro muito alto.”

Importância de diversificar

Se a volatilidade é inerente ao setor, a chave para reduzir riscos é a diversificação, regional e de culturas. “Importante é ter diversificação, e o Brasil tem a vantagem de ter produção de diversas commodities”, disse Fabio Mazzo, da XP. “Existem setores passando por momento de margem menor, mas outros estão apresentando resultados muito bons. O foco é sempre olhar diversificação de cultura.”

Octaciano Neto destacou as várias camadas de diversificação que o agro brasileiro oferece. “Se diversificar cultura no portfólio, está diversificando risco. O agro tem essa vantagem. Ao diversificar culturas, você diversifica risco comercial, sanitário, climático. Pelo Brasil ser um país continental, você consegue diversificar”, afirmou.

Na mesma linha, Mesquita ressaltou a importância da diversificação geográfica: “A diversificação regional é bastante importante, porque com isso você acaba saindo do risco climático”.

Além da diversificação, o gestor da Riza defendeu a atenção à qualidade das garantias. “Se tem boa garantia com bons produtores, que têm histórico na atividade e capacidade de geração de caixa e patrimônio, dificilmente você vai ter perda de capital.”

Papel do mercado de capitais no financiamento do agronegócio

Com novos instrumentos e produtos de investimentos, o mercado de capitais vem ganhando espaço como fonte de financiamento para o agro. “Não tenho dúvida de que o mercado de capitais será o grande financiador do agronegócio brasileiro”, disse Octaciano, da Zera.ag. “O financiamento do agro brasileiro já é majoritariamente privado.”

Para Mazzo, da XP, o setor já provou sua relevância e precisa continuar atraindo capital. “O agronegócio tem peso de 25% no Produto Interno Bruto do Brasil. Se incluir a cadeia como um todo, chega a 30%. O setor responde por 50% das exportações nacionais, e tem 20 milhões de empregos. Um em cada cinco empregos no Brasil tem relação direta ou indireta com o agro.”

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