Para muitos, os dividendos são parte importante da estratégia de investir em ações, seja para reinvestir ou para quem quer uma renda passiva. Por esses investidores, é essencial encontrar empresas pagadoras de proventos que turbinem os seus investimentos.
Para encontrar os papéis que pagam bons dividendos, uma das estratégias é avaliar o Dividend Yield (DY) — uma expressão em inglês que, traduzida literalmente, significa rendimento do dividendo. Trata-se de um índice criado para medir a rentabilidade dos dividendos de uma empresa em relação ao preço de suas ações.
O levantamento da Elos Ayta Consultoria trouxe as 15 ações com maiores Dividend Yield (DY) em 2025, até agora. Confira!
As 15 ações com maiores dividend yield de 2025 – até 13 de maio
Empresa Código Setor DY em 2025 Isa Energia ISAE4 Energia elétrica 10,26% CPFL Energia CPFE3 Energia elétrica 8,85% Tim TIMS3 Telecomunicações 7,82% Cemig CMIG4 Energia elétrica 7,63% Itausa ITSA4 Holdings diversificadas 7,34% Yduqs Part YDUQ3 Serviços educacionais 6,67% BB Seguridade BBSE3 Seguradoras 6,39% Cyrela CYRE3 Incorporações 6,31% Cogna ON COGN3 Serviços educacionais 6,12% Bradespar BRAP4 Minerais metálicos 5,55% JBS JBSS3 Carnes e derivados 5,51% Bradesco BBDC4 Bancos 5,47% Itaú Unibanco ITUB4 Bancos 5,46% Bradesco BBDC3 Bancos 5,40% Energisa ENGI11 Energia elétrica 5,21% Fonte: Elos Ayta Consultoria
No ranking, a ação da Isa Energia (ISAE4) foi a que teve a maior distribuição de dividendos, com DY de 10,26% até a data do levantamento, em 13 de maio de 2025. O top 3 é composto por outra ação do setor de energia, o papel CPFE3, da CPFL Energia e a ação da TIM (TIMS3), que tiveram 8,85% e 7,82% de dividend yield.
O setor energia elétrica é considerado um dos fortes em pagamentos de dividendos, e inclusive aparece mais duas vezes no top 15, com as ações da Cemig (CMIG4) e Energia (ENGI11).
Segundo Leonardo Andreoli especialista em investimentos da Hike Capital, o setor de energia elétrica no Brasil é conhecido por sua estabilidade e previsibilidade de receitas, devido à natureza regulada do mercado e à demanda constante por eletricidade.
“Empresas como CPFL Energia e Isa Cteep se beneficiam de contratos de longo prazo e reajustes tarifários que garantem fluxo de caixa consistente, permitindo a distribuição regular de dividendos aos acionistas. Além disso, políticas de distribuição agressivas e investimentos controlados contribuem para manter altos níveis de DY”, destaca Andreoli.
Já em relação à Tim, o especialista ressalta que o alto dividend yield neste ano foi “graças a três pilares principais: geração robusta de caixa operacional impulsionada pelo crescimento no segmento pós-pago e ganhos de escala após a incorporação da Oi Móvel, estrutura de capital enxuta, com baixa alavancagem, e uma estratégia clara de priorizar retorno ao acionista”.
De acordo com ele, com menor necessidade de investimentos e forte previsibilidade de receita, a empresa vem adotando uma política de remuneração agressiva, buscando atrair investidores que valorizam previsibilidade e fluxo de dividendos estável.
+ Dividend Yield: o que é e como calcular?
As 15 ações com maiores dividend yield em 12 meses – até 13 de maio
Empresa Código Setor DY em 12M Marfrig MRFG3 Carnes e derivados 28,14% JBS JBSS3 Carnes e derivados 19,90% Cemig CMIG4 Energia elétrica 18,24% CSN Mineração CMIN3 Minerais metálicos 14,14% Petrobras PETR4 Exploração refino e distribuição 13,72% Direcional DIRR3 Incorporações 13,11% Petrobras PETR3 Exploração refino e distribuição 12,94% PetroRecôncavo RECV3 Exploração refino e distribuição 12,58% BB Seguridade BBSE3 Seguradoras 11,02% Bradesco BBDC3 Bancos 10,24% Bradespar BRAP4 Minerais metálicos 10,08% Bradesco BBDC4 Bancos 9,99% Marcopolo POMO4 Material rodoviário 9,94% Tim TIMS3 Telecomunicações 9,83% Itausa ITSA4 Holdings diversificadas 9,44% Fonte: Elos Ayta Consultoria
Já de acordo com o levantamento em 12 meses, o que exclui a sazonalidade (variação por diferentes estratégias e prazos de distribuição em menos de um ano), quem lidera o ranking é a Marfrig.
Do setor de carnes e derivados, a ação MRFG3 tem dividend yield em 28,14%, e é seguida por sua companheira de ramo, a JBS (JBSS3) que apresenta 19,90% em DY no último ano. O top 3 termina com Cemig, com 18,24% no indicador de rendimento de dividendos.
O especialista da Hike Capital afirma que, em relação a Marfrig e JBS, o desempenho se deve a lucros extraordinários impulsionados por fatores como a valorização do dólar, aumento das exportações e preços favoráveis das commodities de carne. “Esses resultados permitiram distribuições de dividendos acima da média histórica”.
Contudo, ele e o analista da Levante Inside Corp, João Abdouni, alertam que, por se tratar de empresas mais cíclicas, o valor elevado de DY pode não se repetir a longo prazo, já que depende muito de condições de mercado.
Petrobras
Outro destaque fica por conta da Petrobras, que aparece com suas ações PETR4 e PETR3 em quinto e sétimo no ranking, com DY de 13,72% e 12,94%, respectivamente.
Segundo Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, não houve mudança na política de dividendos, que continua sendo de distribuir 45% do Fluxo de Caixa Livre (FCL). “O que aconteceu foi que a desvalorização do petróleo acabou impactando o FCL, e com um FCL menor, a mesma fórmula resulta em um valor mais baixo para dividendos”, completa.
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