As pressões inflacionárias nos Estados Unidos seguem persistentes, apesar do aperto monetário em curso feito pelo Federal Reserve (Fed). Nesta sexta-feira, 26/05, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) mostrou uma nova aceleração em abril de 0,4% em relação ao mês anterior (0,1%), segundo o Departamento de Comércio. É o maior ganho nos gastos das famílias americanas desde o início do ano.
O resultado pode levar os formuladores de política monetária do banco central americano a aumentar ainda mais as taxas de juros. Isso porque esse é um dos indicadores mais importantes para as decisões de política monetária do Fed. “O mercado já está colocando em 50% as chances de uma alta de 0,25 [ponto percentual] em junho. Eu ainda acho que o mais provável é uma pausa”, afirma Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Em 12 meses, o PCE marcou 4,4% em abril, após registrar 4,2% em março. O índice foi puxado pelo crescimento nos preços de alimentos (6,9%), serviços (5,5%) e bens de consumo (2,1%).
O núcleo do índice, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, avançou 0,4% em abril, um aumento no ritmo na comparação com março (0,3%) e acima do esperado pelos analistas que previam uma alta de 0,3%. Em 12 meses, o núcleo acumula avanço de 4,7%, também acima da medição do mês anterior (4,6%).
A mais recente pressão sobre os preços aponta mais uma vez para a resiliência da demanda das famílias americanas e da estabilidade dos investimentos empresariais em estoques – o que deve manter a inflação pressionada. O desafio de domar os preços ficou evidente na ata da reunião do Fed divulgada nesta semana. Os membros do FOMC (o comitê de política monetária do BC americano) estavam divididos se devem ou não interromper o aumento de juros no país.
PIB dos EUA avança no 1º trimestre
A segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos mostrou que a economia americana cresceu a uma taxa anualizada de 1,3% no primeiro trimestre de 2023. O resultado ficou acima da prévia divulgada em abril que apontava uma alta de 1,1%.
A melhora na atividade foi puxada pelos aumentos nos gastos do consumidor, exportações, gastos do governo federal, dos governos estaduais e locais. “Os dados de atividade estão um pouco melhores, no momento em que a Alemanha, por exemplo, está em recessão”, conclui Paulo Gala.
Teto da dívida caminha para solução
Em meio as discussões sobre juros e inflação, o impasse em torno de um acordo sobre a elevação do teto da dívida do governo americano parece caminhar para um final. Segundo reportagem da Reuters, uma autoridade americana que preferiu não se identificar disse que o presidente Joe Biden e o líder republicano da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, estão mais próximos de chegar a um acordo.
Ainda segundo a agência de notícias, republicanos e democratas seguem separados por cerca US$ 70 bilhões – de um valor total que seria bem superior a US$ 1 trilhão.
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