A expectativa por sinais de início de queda na Selic no Copom e o evento sobre reforma tributária da CNI com a presença das lideranças do Congresso e do ministro Fernando Haddad (Fazenda) serão acompanhados com afinco pelos investidores nesta quarta-feira, 21/06.
Lá fora, além do testemunho do presidente Jerome Powell, os destaques são as falas de cinco dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em eventos.
No exterior
A inflação ao consumidor do Reino Unido acima das expectativas elevou a possibilidade de o Banco da Inglaterra (BoE) aumentar, amanhã, seus juros mais uma vez. Para a Capital Economics, cresceram as chances de que o BoE opte por uma elevação de juros mais agressiva, de 50 pontos-base.
Na Ásia, as bolsas asiáticas reagiram negativamente à falta de mais medidas concretas para estimular a economia chinesa.
Investidores nos EUA monitoram sinais da política monetária a partir do testemunho do presidente do Fed, Jerome Powell, na Câmara do país. Autoridades do BC americano participam de eventos. Há uma semana, o Fed deixou seus juros inalterados, após 10 aumentos consecutivos, mas também sugeriu mais duas altas das taxas até o fim do ano.
No Brasil
A moderação dos ativos internacionais pode dificultar o mercado doméstico de tomar um norte, ainda mais porque está aguardando a decisão do Copom, no início da noite, cuja expectativa majoritária é de manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.
Os investidores querem ainda saber se o BC fará mudanças em seu comunicado, sugerindo início de afrouxamento monetário em agosto, como muitos esperam.
Após almoçar com o presidente do BC, na segunda-feira, ontem Haddad disse que a relação “pessoal e profissional” com Roberto Campos Neto exige encontros periódicos entre os dois, nos quais há troca de percepções no sentido de buscar “convergir”. Também ontem a Fiesp e Abrainc aumentaram a pressão sobre o BC para cortar os juros.
Ao mesmo tempo, um eventual sinal do arcabouço fiscal tende a gerar algum otimismo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a intenção é votar tanto a nova regra fiscal quanto a indicação de Cristiano Zanin para uma vaga no Supremo Tribunal Federal na quarta-feira.
Já o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), vai se reunir amanhã com os governadores para tentar diminuir as resistências ao projeto de reforma tributária, previsto para ser votado na primeira semana de julho. Segundo Lira, o encontro será “decisivo” para que “a parte federativa da proposta seja afinada”.