As prévias do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre e do índice de preços de gastos com consumo (PCE) vão calibrar as expectativas econômicas nesta quinta-feira, 27/04. Elas ocorrem em meio à tensão bancária e riscos de recessão, antes da decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na próxima semana.
Balanços do primeiro trimestre de bancos europeus já publicados e de empresas americanas, como Amazon e Intel, devem nutrir ainda as expectativas dos investidores.
A agenda local traz uma série de indicadores, como o IGP-M de abril, o volume de serviços em fevereiro, os dados de março do Caged e do governo central.
Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, debatem sobre “Juros, Inflação e Crescimento” com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O evento acontece no Senado e é aderente às regras de silêncio que antecedem os encontros do Copom, na terça e quarta-feira que vem.
No exterior
Nos Estados Unidos há um apetite leve por risco após a aprovação do projeto de lei do teto da dívida pela Câmara dos Representantes dos EUA e com o salto da ação da Meta (Facebook) no pré-mercado, ecoando o balanço divulgado no fim da tarde de ontem.
Os investidores também estão em compasso de espera pelos resultados das “big techs” Amazon e Intel em meio a receios sobre o impacto das turbulência no setor bancário americano no crescimento. Ontem, a ação do First Republic Bank, um dos bancos regionais americanos que mais sofreram após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), teve queda de cerca de 30% em Nova York, após sofrer um tombo de quase 50% na véspera, ofuscando balanços positivos de grandes empresas de tecnologia dos EUA.
As previsões são de desaceleração da economia americana sob impacto do aperto de juros. Os dados de inflação PCE, medida preferida do Fed, o banco central dos EUA, devem subsidiar também as apostas para o Fed, decrescentes, porém ainda majoritárias, de alta de 25 pontos no dia 3 de maio.
Na Europa, as bolsas têm ganhos moderados, repercutindo os balanços de Unilever, Deutsche Bank e Barclays acima das previsões de lucro no 1º trimestre.
No Brasil
O ambiente positivo lá fora pode não ser suficiente para compensar uma esperada reação negativa dos investidores ao balanço da Vale. No câmbio, o dólar pode continuar instável antes da definição da taxa Ptax do fim de abril, nesta sexta-feira.
Após a desaceleração do IPCA-15, as quedas nas cotações de grãos devem também contribuir para o retorno dos preços agropecuários ao produtor ao terreno negativo no IGP-M de abril.
Já a desaceleração da atividade no País deve contribuir para um saldo menor de empregos no Caged de março, mas o setor de serviços deve voltar a crescer em fevereiro, embora em ritmo lento.
Pode animar pelo lado fiscal a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por unanimidade, de autorizar a cobrança de IRPJ e CSLL sobre benefícios fiscais de ICMS. A decisão é favorável ao governo e, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, permite a arrecadação de R$ 90 bilhões para a União e ajudará na recomposição do orçamento e, por causa disso, no processo de queda de juros pelo BC.
O ministro avalia que as CPIs não devem atrapalhar a pauta econômica no Congresso e que está tomando as medidas para que a reforma tributária seja aprovada ainda no primeiro semestre pelo menos na Câmara e que o arcabouço também receba o aval dos parlamentares.
*Com informações da Agência Estado