lpacademy.com.br

Tokenização de ativos: o que é, como funciona e quais seus benefícios joao.santos@estadao.com

Read More 

A tokenização de ativos é vista pelo mercado como um grande avanço, seja na democratização, quanto na acessibilidade de investimentos. Porém, o conceito ainda é um tanto quanto desconhecido pela maioria das pessoas e depende de regulação no Brasil.

A seguir, te explicamos um melhor como funciona e em que ele pode te ajudar a investir melhor.

O que é a Tokenização de ativos

A tokenização é um processo que transforma um bem ou direito em uma representação digital, chamada token digital, registrada e negociada na rede blockchain. Por sua vez, a blockchain é uma tecnologia que permite armazenar dados em blocos distribuídos em uma rede (daí o nome), e que usa todos eles para validar qualquer alteração realizada.

+ O que é blockchain? Entenda a conexão com as criptomoedas

“Isso significa que um elemento físico, como uma obra de arte, quando digitalizada recebe um token atribuído a ele, ou seja, essa obra é registrada com uma chave alfanumérica única. É essa relação entre o token e o ativo específico que faz com que ele tenha a sua propriedade ou valor”, explica André Miceli, Coordenador Acadêmico da FGV. 

Qual o diferencial do funcionamento de um token 

Para entender melhor como funciona um token em sua negociação, pense na seguinte situação: você anexa uma foto no e-mail ou no seu WhatsApp e manda para outra pessoa. O que você está fazendo é gerar uma cópia que sai do seu celular ou do seu computador e chega no celular ou no computador de uma outra pessoa, certo?

Quando há tokenização e armazenamento numa blockchain, se eu envio esse ativo para uma outra pessoa, ele sai do meu computador e vai para o computador de outra pessoa exatamente como acontece no mundo físico. Assim como se tivesse te entregado uma obra de arte, um livro, ou dinheiro. Ele sai da minha mão e vai para a sua. 

“Esse processo de tokenização faz com que os elementos digitais tenham essa mesma propriedade no processo de transferência, ou seja, eles deixam de fazer parte da origem e passam a fazer parte do destino”, afirma Miceli.

Esses tokens podem representar quaisquer bens, direitos e expectativas de direito. Tais como imóveis, recebíveis de duplicatas, recebíveis judiciais, moedas, automóveis, commodities, títulos financeiros, entre outros. 

“A tokenização também permite a divisão e o compartilhamento desses ativos em partes menores, geralmente permitindo a livre negociação, de modo instantâneo, sem fronteiras e com custos de transação irrisórios”, ressalta Gustavo Blasco, CEO e fundador do Grupo GCB.

As vantagens e as desvantagens da tokenização

O primeiro grande benefício a ser destacado é o potencial de democratização de investimentos. Onde a tokenização pode aumentar a gama de investimentos, diminuir as distâncias de negociações e ser mais acessível pela natureza de poder ser fracionado.

“Com a tokenização, por exemplo, se pode investir em peças de arte sem ter dinheiro para comprar a obra inteira. Pode-se investir numa fração de um quadro, que passa a fazer parte do meu conjunto de ativos e se esse quadro inteiro é valorizado eu recebo o valor referente a essa valorização”, diz o coordenador da FGV. 

Blasco também acredita que o processo pode democratizar o acesso a ativos mais complexos, que geralmente são restritos a investidores qualificados. “Ao transformar esses ativos em tokens digitais, é possível oferecer oportunidades de investimento para um público mais amplo”.

Liquidez, eficiência e custo baixo

Outros benefícios destacados pelos especialistas são a liquidez aprimorada, já que a rede blockchain reduz fronteiras, tornando global o acesso ao investimento. Assim como, uma eficiência melhor com custo mais baixo nas transações pela redução de intermediários.

“Como quem executa o processo e a gestão dos elementos blockchain pode inclusive ser um software aberto, fazer negócio através dessa tecnologia pode sair mais em conta. Além disso, também colabora na transparência, já que é possível rastrear essas transações, de onde elas saíram e para onde elas foram”, destaca André Miceli.

No entanto, também existem desafios, como a necessidade de um ambiente regulatório adequado, a volatilidade dos preços dos tokens e os riscos tecnológicos, como ataques cibernéticos, frisa Gustavo Blasco.

+ Como investir em cripto pela bolsa? Guia prático

Falta de regulação no Brasil atrapalha

A falta de regulação para a tokenização e as negociações em blockchain no Brasil são as principais pedras no caminho do conceito para uma evolução dos investimentos feitos por meio dele.

“O grande desafio no Brasil e no mundo é como regular a tokenização de ativos que não são valores mobiliários e até pouco tempo atrás eram bastante ilíquidos, ao passo que esses são tokenizados, tornam-se opções de investimentos amplamente negociadas e líquidas”, afirma Caio Morais, CMO do Grupo GCB.

Morais ressalta que é um cenário totalmente novo e que no Brasil o regulador tem procurado ouvir o mercado para criar uma regulamentação para esse tipo de investimento que ao mesmo tempo:

Proteja os investidores;

Crie marcos prudenciais que mitiguem riscos sistêmicos; 

Porém,não iniba a inovação; 

E não impeça que novas e mais eficientes formas de se investir e, na outra ponta, de tomar crédito surjam e se consolidem;

Como também não atrase a criação de um novo ecossistema de mercado financeiro muito mais robusto, seguro e transparente, que é o que a tokenização de ativos permite.

“Evidentemente a gente precisa de uma boa regulamentação porque é por meio dela que se cria confiança no mercado de ativos, e a confiança evidentemente é uma característica fundamental para que qualquer mercado aconteça”, conclui o Coordenador da FGV.

Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.

  

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Generated by Feedzy
Scroll to Top